Esta foi a reação de Bolsonaro ao saber que Trump sancionou Moraes

Sanção de Trump a Moraes surpreende o Brasil e silencia Bolsonaro
A política brasileira amanheceu em choque nesta quarta-feira, 30 de julho, com uma notícia vinda dos Estados Unidos: o ex-presidente americano Donald Trump, em seu processo de rearticulação internacional, aplicou sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base na chamada Lei Magnitsky. A decisão gerou repercussão imediata em Brasília, mas o que mais chamou a atenção foi a reação (ou a falta dela) de Jair Bolsonaro: apenas um seco e surpreendente “Nada a declarar”.
Silêncio estratégico ou cálculo político?
A resposta de Bolsonaro foi recebida com espanto até por aliados próximos. Conhecido por sua postura impulsiva, direta e, muitas vezes, provocativa, o ex-presidente desta vez optou pelo completo silêncio. Nenhum gesto, nenhuma frase de apoio, nenhuma ironia. Ele simplesmente recebeu a notícia, vinda de um grupo de mensagens entre aliados, e limitou-se a não comentar.
Nos bastidores, a atitude foi interpretada de várias maneiras. Para alguns, é um sinal claro de estratégia: Bolsonaro, que ainda busca manter influência política internacional, principalmente com setores da direita americana, pode ter evitado comemorações para não comprometer articulações em andamento. Outros apontam para um cansaço político, uma espécie de “freio” em um momento em que o ex-presidente também responde a processos e inquéritos no Brasil.
Ainda assim, o silêncio incomodou. Membros da ala mais radical de seus apoiadores esperavam uma reação enfática, até mesmo comemorativa. Havia quem esperasse fogos, lives ou indiretas — nada disso veio.
Eduardo Bolsonaro e os bastidores da sanção
Embora Bolsonaro pai tenha ficado em silêncio, nos bastidores políticos sabe-se que o movimento que levou à sanção contra Moraes não surgiu do nada. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, teria atuado ativamente junto a parlamentares e assessores próximos de Trump.
Eduardo mantém uma relação consolidada com membros do Partido Republicano e, principalmente, com figuras ligadas ao ex-presidente dos EUA. Desde o fim do governo de seu pai, o parlamentar tem atuado como uma espécie de “ponte” entre o bolsonarismo e a nova direita global, articulando encontros, eventos e apoio internacional.
A Lei Magnitsky, utilizada por Trump no caso de Moraes, é uma legislação americana que permite sancionar autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violações graves aos direitos humanos. A punição implica restrições de entrada nos Estados Unidos, bloqueio de bens e o isolamento diplomático.
A escolha de Moraes como alvo, segundo fontes republicanas, teria como justificativa supostos abusos judiciais, censura a redes sociais e perseguição a opositores políticos — argumentos já conhecidos nos discursos bolsonaristas.
Mais ministros na mira dos EUA?
Segundo fontes ligadas ao Partido Republicano e à equipe de Trump, outros membros do STF também estariam sob investigação. Os nomes citados com mais força são os dos ministros Luís Roberto Barroso (atual presidente da Corte), Gilmar Mendes (decano) e até do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Esses nomes estariam sendo analisados com base nas mesmas acusações atribuídas a Moraes: abuso de autoridade, ativismo judicial, censura digital e perseguição a adversários políticos. A informação, embora ainda não oficializada, aumentou a tensão nos corredores do Supremo.
A reação dos ministros brasileiros foi firme. Nos bastidores, integrantes da Corte classificaram a sanção como “intervenção externa” e afirmaram que o STF seguirá exercendo suas funções com base na Constituição, sem ceder a pressões internacionais. Para eles, permitir esse tipo de interferência seria abrir um precedente perigoso para a soberania institucional do Brasil.
Repercussão nacional e efeitos nas eleições de 2026
Enquanto o STF fechava fileiras em defesa de Moraes, o clima em Brasília era de expectativa. Setores bolsonaristas comemoraram discretamente a decisão de Trump, vendo nela uma espécie de “vitória moral” sobre o Judiciário. Já parlamentares mais moderados e ministros do governo preferiram adotar cautela diante do possível conflito diplomático.
O momento político é delicado. As eleições de 2026 já começam a movimentar os bastidores, e esse tipo de ação internacional pode alimentar discursos extremistas, ampliar o clima de polarização e até influenciar na construção de narrativas eleitorais — tanto à direita quanto à esquerda.
Além disso, a sanção reacende embates antigos entre os poderes no Brasil. O STF, que nos últimos anos se tornou protagonista no combate à desinformação e no julgamento de aliados de Bolsonaro, agora passa a enfrentar uma pressão vinda do exterior. Isso transforma o episódio não apenas em uma crise institucional, mas em um conflito com dimensão internacional.