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Filho do Goleiro Bruno fala pela primeira vez sobre o pai “Tenho pena”

“Meu nome é Bruninho. E essa é a história que eu não escolhi viver — mas que escolhi transformar.”

Na primeira vez que entrou em campo com a camisa do Athletico-PR, Bruninho sentiu o coração acelerar como nunca. Aos 14 anos, aquele garoto alto, de 1,88m, olhou para o céu, fechou os olhos e pensou em apenas uma pessoa: sua mãe, Eliza.

Ele não a conheceu. Tinha poucos meses de vida quando o país parou diante de um dos crimes mais chocantes da história recente: o assassinato de Eliza Samudio. Desde então, Bruninho foi criado pela avó, Sônia Fátima, uma mulher que, entre lágrimas e coragem, transformou dor em afeto e silêncio em força.

Mas Bruninho não carrega apenas um sobrenome marcado pela tragédia. Carrega também um sonho — o de ser goleiro, como o pai foi um dia. E foi esse sonho que o levou até onde está hoje: no centro das atenções do futebol de base nacional.

Crescer com a sombra do escândalo — e escolher a luz

Desde pequeno, Bruninho ouvia sussurros, olhares, perguntas disfarçadas. Mas nunca usou isso como desculpa. “Quero ser lembrado pelo que sou, não pelo que aconteceu antes de mim”, dizia ainda criança.

Em 2022, ele fez um teste no Athletico. Passou. Em 2023, foi para o sub-13. Agora, com contrato assinado, treina nas categorias sub-14 e sub-15. Os técnicos o descrevem como focado, talentoso e surpreendentemente maduro. “É como se ele soubesse que carrega mais que luvas”, confidenciou um deles.

Uma conversa que o Brasil precisava ouvir

Neste domingo, em sua primeira entrevista na TV aberta, no programa Geral do Povo, Bruninho fala sobre sua trajetória — e emociona o país.

Sentado ao lado da avó, compartilha detalhes de sua rotina, treinos, estudos, planos. Mas é quando o nome do pai surge que a entrevista ganha peso. Com firmeza, ele diz:

“Meu pai foi um bom jogador. Mas uma pessoa ruim. Não sinto ódio dele… sinto pena.”

É impossível não se emocionar. O Brasil se cala por alguns segundos. Porque naquela fala não há vingança, só humanidade.

Bruninho não quer piedade. Ele quer jogar.

Ele não quer que o vejam como “o filho da Eliza” ou “o filho do goleiro Bruno”. Ele quer que digam: “É o Bruninho do Athletico”.

E ele vai conseguir. Porque carrega nas mãos luvas que seguram bolas — e uma história que segura multidões.

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